Égua, moleque! Casa vermelha,ajustes e as rasteiras de cada dia

Eis que finalmente estou teclando de nossa nova casa alugada em tempo recorde aqui na zona norte, bairro Casa Verde,rua Jaboatão, que nos lembra bastante Marex e Médice por ser aquele tipo de bairro bem família. O lugar é ótimo.A frente da casa, que por dentro mantém o estilo “casarão cidade velha” que particularmente adoro,é vermelha, as janelas são azuis e o quintal é... verde.:D. Estamos pensando em um nome pra nossa nova base. Eu, que devo ter uma espécie de trauma de palhaço já disse que é a nossa Bozolândia. Os meninos não gostaram muito.:)

Temos tido bastante sorte graças a Deus, Nazinha (intercessora dos caboclos aflitos), ajuda de amigos e até dos novos vizinhos de quem já ganhamos desde colchão até panela e mantimentos. Mas uma vez o homem dos mil vulgos tem seu lugar garantido aqui em nossos profundos agradecimentos. Salve Teleco-Eduardo-Carlão- Maia.

Antes de finalmente termos nos instalado definitivamente e depois de ter saído do apt do Antônio Neto, lugar que aliás, rendeu parceria em letra de uma nova canção com nosso poeta salvador eutérpico e ainda um instrumentalzinho que foi batizado de “Síndico’s Theme”, ficamos uns dias em um hotel no centro, que pela localização estratégica, nos possibilitou algumas ótimas saídas. A melhor delas sem dúvida foi assistir a primeira e sensacional apresentação da A Euterpia na cidade, em um lugar recheado de paraenses. Na Funhouse só se escutava : “ Égua moleque, tu é doido!”, e explodiam gargalhadas cúmplices na platéia e palco embora algumas lágrimas tenham furtivamente rolado de alguns olhinhos. Parece que definitivamente ali caiu a ficha do quanto estamos longe de casa.

Passado o momento Maria do Bairro era e é hora de fazer disso aqui um Lar para nos dar forças para continuar o trabalho de músico operário ou músico pedreiro , como gosta de falar Pablo Capilé. Semana que vem temos shows na Livraria da Esquina e gravaremos o programa PopLoaded do Fábio Massari e Lúcio Ribeiro. Agora que estamos estáveis, debaixo de um teto, começamos a trabalhar na versão de uma música para a trilha sonora de um filme que mais adiante volto a comentar. Mesmo sem estarmos ensaiando valendo, novas composições estão saindo do violão e de batucadas improvisadas do Ivan, que ontem foi para Belém se apresentar junto à Orquestra de Jovens Violoncelistas da Amazônia.

Em 15 dias passamos por bastante perrengue, testes de paciência e nos entristecemos profundamente com o amargor e rasteiras de onde jamais achamos que viriam. Mas também tivemos imensas alegrias e somos agraciados por sofrermos terrivelmente de esperança. Em situação em que cobra engole cobra eu ainda prefiro passar fome e manter a forma do corpo e espírito. Apesar de tudo ainda insisto em acreditar em amizade e nas pessoas.

Obrigada, amigos.

Sammliz